Os prefeitos e representantes de 17 Associações Municipais do Paraná estiveram reunidos na Associação dos Municípios do Paraná – AMP, na manhã desta quarta-feira, para discutir o impasse do transporte escolar no estado. O assunto já vem sendo discutido há três anos, sem nenhum resultado efetivo, e agora alguns municípios do Paraná estudam quais os meios de chegar à uma solução. Durante a reunião cada representante expôs a sua posição, e a maioria se mostrou contra a paralisação do serviço.
O presidente da AMP e prefeito do município de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha (Gabão), propôs aos prefeitos que estiveram na reunião de hoje, que também compareçam à reunião que acontece na próxima semana, marcada para discutir com o governo o repasse a distribuição da verba anunciada na última terça-feira (17). “É importante que todos os prefeitos e representantes das regionais mostrem seu posicionamento, e que estejam presentes na reunião para discutir a solução para o transporte” explicou Gabão.
O prefeito de União da Vitória, Carlos Alberto Jung (Juco), falou do entendimento de pais e alunos com relação ao problema. “O povo não tem a consciência de qual transporte é responsabilidade do estado ou do governo, o povo quer o seu direito garantido do transporte escolar, e se isso não acontece a cobrança é feita ao prefeito, que é quem está mais perto”, desabafou Juco.
O valor do transporte
A situação é a mesma em quase todos os municípios de regiões metropolitanas e do interior do Paraná. O município paga as despesas do transporte escolar, que inclui o municipal, o estadual e o especial (para portadores de deficiências mentais), e recebe da Secretaria de Estado da Educação – SEED, apenas 20% do valor gasto com todo o transporte. O governador Beto Richa anunciou ontem o aumento no valor, fixando o repasse em R$ 80 milhões, cuja forma de distribuição será discutida na próxima semana, em reunião que vai envolver os representantes de associações municipais prefeitos e autoridades estaduais.
A ideia de reunir os representantes de cada regional, é trazer para a discussão as particularidades de cada município, para que os critérios de distribuição não gerem prejuízo para nenhuma cidade, além de expor o problema, que vai continuar mesmo com o aumento anunciado, já que o valor ainda não cobre os gastos com transporte escolar dos municípios do Paraná, que chegam a R$ 120 milhões.
Para o prefeito de Pitanga, Altair José Zampier, a forma como os valores devem ser pensados e recebidos deve ser analisadas, para não haver problemas posteriores à discussão. “Não podemos aceitar o repasse como esmola, o fato de ‘dobrar’ não significa que o problema será resolvido, já que ainda assim o valor não cobre os gastos que nós temos” alertou Zampier. A intenção é convidar o Ministério Público para que participe da reunião, e assim tornar claro o diálogo, além de tentar chegar a uma solução.